Gênero e raça sob o olhar de mulheres negras é tema de live da CEIR
23/07/2020 18:51h

A Comissão Especial da Igualdade Racial (CEIR) da OAB/RS realizou, nesta quarta-feira (22), mais uma edição das “lives da igualdade”. Nesta ocasião, o tema foi: Reflexões de Mulheres Negras sobre Interseccionalidade, Gênero e Raça. Segundo a presidente da CEIR, Karla Meura, as lives fazem parte do projeto da comissão para criar debates acerca da igualdade racial. "Iremos fazer uma série de lives com o objetivo de construir ações institucionais de combate ao racismo. A transmissão foi no Instagram da CEIR: @ceiroabrs
A mediação da atividade foi de Tuane Tarques, que integra a CEIR na Subseção de Pelotas. Para ela, esta foi uma “conversa enriquecedora para um debate muito importante para ser feito sob a perspectiva de mulheres negras”, disse ela, que também faz parte do Grupo de Trabalho Antirracismo da Comissão da Mulher Advogada.
A primeira explanação da live foi de Leticia Marques Padilha, mestra em Direito, membro das comissões de Igualdade Racial, da Mulher Advogada e da Comissão Especial da Verdade sobre a Escravidão Negra. Em sua fala, Letícia pontuou que os desafios aumentam para as mulheres negras em diversos momentos. “É difícil ser mulher nos ambientes e espaços jurídicos e é ainda mais difícil ser mulher negra. Somos demandadas a mostrar nossa carteira de advogada muito mais vezes por não acreditarem que somos advogadas”, apontou ela, dando exemplos das dificuldades das mulheres negras que trabalham na área do Direito. Leticia ainda ressaltou a importância do trabalho das diversas comissões e GTs dentro da Ordem para o acolhimento aos advogados negros, para que estes se sintam parte desses espaços que promovem a luta por igualdade.
A segunda fala foi de Cídia Vieira, co-autora do livro Direitos das Minorias, mestranda em Direito pela Universidade Federal da Bahia e integrante da CMA e CEIR da OAB/Bahia. Ela retomou a discussão sobre as opressões sofridas pelas mulheres negras: “É um conjunto de opressões, não só de raça ou de gênero. Porque somos a base da pirâmide econômica na sociedade, estando em maioria nos postos de trabalho de menor remuneração, produzindo mais e afastadas dos postos de poder”. Para ela, a importância desse debate ser feito dentro da advocacia é que os problemas causados pelo racismo estão enraizados, inclusive, no âmbito jurídico. “Não é apenas trabalhar para aplicar a lei, é trabalhar para que a lei tenha capacidade de fazer justiça para as mulheres negras”, finalizou.
23/07/2020 18:51h