Home / Noticias / 27.05.2016 15:52h

OAB classifica como milícia ação de cinco PMs em morte de advogado de SC

27/05/2016 15:52h

http://bit.ly/1OSdMfq

Confira a matéria do Diário Catarinense:

Representantes da OAB Nacional e de Santa Catarina classificaram como uma milícia a ação dos cinco policiais militares presos pelo envolvimento no assassinato do advogado Roberto Caldart, na terça-feira, em Palhoça.

Na avaliação do presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, o fato deles estarem armados caracterizou o ato. Além dele, pela manhã, o presidente da OAB/SC, Paulo Brincas, havia se referido ao mesmo termo: "A OAB espera uma apuração rigorosa e a responsabilidade de quem é de direito. Os PMs muito frequentemente prestam serviços como seguranças particulares. Eles estavam trabalhando como capangas. Acreditamos que a PM deva observar esse tipo de serviço. Era uma milícia", comparou Brincas.

Os advogados estiveram em reunião com o secretário da Segurança Pública de SC, César Grubba, na noite desta quarta-feira, em Florianópolis, para cobrar agilidade na investigação. A Polícia Militar não quis se manifestar a respeito das declarações de milícia e informou que o comando-geral da corporação dará uma entrevista coletiva nesta quinta de manhã.

Confira os principais trechos da entrevista com o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia:

Como a OAB nacional atuará em relação a morte do advogado em Palhoça?

Cobrando agilidade e celeridade. Vamos conversar com o secretário de Segurança de SC no que diz respeito a essa prática de policiais militares estarem exercendo atividades externas como seguranças particulares. Isso é algo gravíssimo. Um assassinato neste formato que tivemos aqui, com esse requinte de violência e com essa participação de cinco policiais militares mesmo à paisana é algo inaceitável no estado democrático.

O advogado Paulo Brincas, presidente da OAB/SC, também usou o termo milícia. O senhor acha que ela está caracterizada?

Pelo formato, na medida que tu tens cinco pessoas armadas, cinco policiais militares armados neste caso concreto de situação específica, poderíamos dizer que estamos diante de uma milícia sim naquele fato. Mas o ponto principal que vejo é que um assassinato como esse coloca luzes num problema maior que temos no Brasil hoje que é a segurança pública. E se agora nós ainda tivermos de conviver com policiais militares que são devidamente treinados para prestar a segurança a todos nós e termos esse tipo de participação desses policiais militares, isso é inaceitável.

E a situação dos mandantes do crime, como fica?

Sem dúvida eles precisam ser presos, ser punidos no devido processo legal. Mas, a partir de um fato como esse, trazer à luz exatamente o fato que temos cinco PMs que participaram desse ato, isso é inaceitável porque são pessoas que em tese deveriam estar prestando segurança, zelando pela segurança dos cidadãos, mas estavam participando de um crime.

Há informações que a letalidade policial cresceu nos últimos anos em SC. O Estado atribui isso ao crime organizado que está mais ousado. Como a OAB vê isso?

Eu vejo que o problema todo do crime organizado e da violência no Brasil tem ligação com a falta de investimentos nas polícias. É fato que não podemos deixar de considerar. Primeiro porque faltam policiais. Segundo, que faltam investimentos em treinamento e esse fato é uma demonstração clara disso, na medida em que nós temos cinco policiais militares participando de um assassinato de um advogado que está exercendo a sua profissão, ou seja, não tínhamos nenhum ato de violência. Não havia necessidade alguma de força policial num processo daqueles.

27/05/2016 15:52h



Notícia anterior

Breier prestigia cerimônia de posse da subseção de Cachoeira do Sul

27.05.2016
Próxima notícia

Breier prestigia cerimônia de posse da subseção de Cachoeira do Sul

27.05.2016

Principais notícias

Ver todas
Whatsapp