Home / Noticias / 27.07.2017 18:47h

Moradores em situação de rua falam dos desafios do dia a dia em ação da OAB/RS

27/07/2017 18:47h

http://bit.ly/2v3KHNX
image-galeria-0
image-galeria-1
image-galeria-2
image-galeria-3
image-galeria-4
image-galeria-5
image-galeria-6
image-galeria-7
image-galeria-8
image-galeria-9
image-galeria-10
image-galeria-11
image-galeria-12
image-galeria-13
image-galeria-14
image-galeria-15
image-galeria-16
image-galeria-17
image-galeria-18
image-galeria-19
image-galeria-20
image-galeria-21
image-galeria-22
image-galeria-23
image-galeria-24

Música alta e sorrisos estampados: esse foi o clima da ação com moradores de rua do Viaduto da Conceição, realizada pela Comissão de Direitos Humanos da OAB/RS na noite desta quarta-feira (26). Histórias diferentes na mesma situação de vulnerabilidade, moradores expostos ao frio, à chuva e às drogas. Além do mais, estão sujeitos à violência que não só os assombra, mas assombra todos os moradores de Porto Alegre. Foram distribuídos cobertores, agasalhos e alimentos a cerca de 80 pessoas. Além disso, foi possível conversar, entender a situação e, principalmente, ouvir a história de cada um.

Na fila para o achocolatado estava Ítalo, 41 anos, que, depois da separação, ficou em situação de rua, porém, contou sorrindo que assinou a carteira de trabalho recentemente: “Eu tive uma fase crítica em termos de trabalho, e estar na rua foi uma experiência que é difícil de explicar. Fui batendo de porta em porta e consegui um emprego como auxiliar de produção. Agora, eu aluguei uma peça e aos poucos vou comprando o que precisa pra dentro de casa pra ter uma vida normal”, disse.

No entanto, nem todas as histórias são felizes como a dele. Os catadores Luiz, 47 anos, e Sandra, 22, estão nas ruas há 10 anos. A renda mensal do casal é de em média 100 reais, e eles ainda sofrem com a discriminação: “As pessoas acham que todo mundo que mora na rua é drogado e aí eles discriminam a pessoa. Pra comunidade nós não somos ninguém (sic). No frio da semana passada não tinha coberta, e o dinheiro que a gente tem não dá pra comprar. Ou a gente compra comida ou roupa, por isso a doação é importante”, explicou Luiz.

Segundo João Maciel, 42 anos, que mora na rua há 18, a burocracia para entrar nos albergues é muito grande, e para tomar banho é necessário agendamento: “Hoje a situação de rua é muito pior do que era antes: em cada meia hora matam um. É difícil ficar na rua, mas entrar no albergue também é difícil. Não tenho palavras pra dizer o que vocês tão fazendo por nós hoje”, falou.

Para a presidente da Comissão, Neuza Bastos, o evento teve um resultado muito positivo, e as demandas dos moradores em situação de rua serão levadas aos responsáveis: “Tivemos um número expressivo de pessoas que puderam receber os donativos. Foi a oportunidade para que elas fizessem algumas solicitações à comissão: como o acesso ao banho, que tem sido bem restrito, e o funcionamento do restaurante popular nos finais de semana. Muitos pediram que façamos mais vezes essas ações”, contou.

Alguns Moradores da Vila Chocolatão também ajudaram levando equipamento de som, mesas e cadeiras e equipamentos para corte de cabelo que foi realizado gratuitamente. Estavam presentes os membros da Comissão de Direitos Humanos, Martina Moraes Rodrigues, Francisco Telles, Andrea Scheffer e Leandro Soares. Além disso, o membro da comissão do Jovem, advogada Camila Feoli Leal, e o estudante Dimmy Medeiros, participaram da ação.

 

Gabriela Milanezi 

Assistente de jornalismo

27/07/2017 18:47h



Notícia anterior

Segurança Pública: OAB/RS propõe uma frente de trabalho para solução do caos no sistema prisional gaúcho

27.07.2017
Próxima notícia

Artigo do presidente nacional da OAB: Tempos surreais

28.07.2017

Principais notícias

Ver todas
Whatsapp